Oi, pessoas!
Dias atrás assisti um filme bem legal, chamado Le Grand Bain, que em português recebeu o nome de Um banho de vida. É um filme de 2019, dirigido por Gilles Lellouche, está disponível na Netflix.
Quando falo sobre filmes ou séries aqui, gosto sempre de lembrar que meu objetivo não é fazer uma crítica cinematográfica ou televisiva, não tenho a menor condição de fazer isso. Também não quero fazer análise de nada. Meu interesse é unicamente o de compartilhar algo que gostei e que, talvez, possa interessar a outras pessoas.
Pois bem, em algumas ocasiões já mencionei que meu estilo de filme preferido é o drama-comédia. Nem sei se esse é um gênero que existe oficialmente, mas vocês sabem do que eu estou falando, é aquele filme que faz a gente rir e chorar ao mesmo tempo. Um banho de vida é exatamente assim. Rimos bastante em algumas partes, mas fiquei aqui com essa história na cabeça por vários dias, por isso venho falar sobre ela aqui.
Confesso que, apesar de ter me interessado pela sinopse, não estava com grandes expectativas. Achei que seria um filminho tranquilo para ver no final do dia, mas acabou sendo uma grata surpresa. Em resumo, o filme conta a história de um grupo de homens de meia idade que formam uma equipe de nado sincronizado. São caras sem nenhuma preparação física, que acabam se juntando mais pelo fato de que todos são, aos olhos da sociedade, “fracassados”, do que pelo amor ao esporte. O time acaba sendo um grupo de apoio, no qual cada um compartilha sobre sua vida em uma espécie de terapia de grupo.
As histórias deles são diversas: um desempregado, outro com o casamento acabando, outro com um negócio falindo, outro com um sonho impossível, todos depressivos. As treinadoras também não estão em situações muito melhores, com histórias do passado, vícios e traumas para resolver. O nado sincronizado constrói um vínculo entre eles e lhes oferece um objetivo em comum: participar do campeonato internacional de nado sincronizado masculino.
Em determinado momento, você pensa que o filme vai ter um “final feliz” no sentido de que tudo isso será um grande processo de autoconhecimento que os levará a resolver seus problemas. Acho que nos acostumamos muito mal com esse tipo de narrativa, que passa a impressão que o final sempre será feliz. É verdade que Um banho de vida tem uma espécie de final feliz (que não vou contar aqui para não dar um spoiler), mas não é esse final em que tudo se encaixa e se resolve. A vida de todos continua cheia de problemas.
Algo que achei interessante é a analogia que o narrador faz entre a vida e as formas geométricas. No início do filme, ele lista um monte de coisas criativas e inspiradoras que têm a forma de círculo. Por outro lado, tudo o que é autoritário e engessado tem o formato de um quadrado. A princípio, ele diz que algo em formato de círculo nunca conseguiria se encaixar em um quadrado, e vice-versa. Mas a conclusão é que, talvez, nesta estrutura quadrada que a gente vive, ainda há espaço para a criatividade e para a liberdade. Ou o contrário, que quando nos permitimos sair um pouco do quadrado, ele se torna cada vez mais pequeno em nossa vida.
Mas estou só viajando. Sugiro que vocês assistam o filme e voltem aqui para me contar o que acharam e interpretaram. Se já assistiram, comentem aí se gostaram.
Eu gostei bastante! Apesar de viver em contexto totalmente diferente, me identifiquei com essa questão de não me encaixar no que supostamente deveria ser um patamar de “sucesso” a essa altura da minha vida (e quem se encaixa?). Também me identifiquei (e acho que todos, em certa medida, vão se identificar) com a necessidade de sair do quadrado, nem que seja uma hora por dia em uma aula de nado sincronizado, ou de música, de pintura, ou com uma leitura, ou vendo um filme que faz a gente pensar e repensar sobre tudo.
Até mais ler!