Batatas, livros, animais

Depois de dois meses, acho que juntou assunto sobre tudo e nada para eu vir falar aqui. Não que seja nada muito importante, vocês sabem como é. Trata-se de pura falação minha mesmo.

O blog ficou parado nos últimos dias. Teve uma ou duas publicações apenas. Motivo: muito trabalho, minha gente. Sério, não tive tempo para mais nada na vida e minhas duas últimas semanas se resumiram em trabalhar e dormir. Ah, antes de dormir consegui ler um pouco também, porque preciso manter a sanidade, né?

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Também estive correndo para acertar todas as coisas da renovação do meu visto para ficar aqui na Colômbia. Deu tudo certo. Por esse motivo, fiz uma breve viagem a Bogotá. Acreditem ou não, o processo de colar o visto no passaporte (sim, simplesmente colar um papelzinho no passaporte) só é feito em Bogotá. O que é bem irritante para o estrangeiro que vem para a Colômbia morar em outra cidade, como é o meu caso. Porque além do valor do visto, que não é barato, precisamos gastar com a viagem à capital para fazer esse simples procedimento. Gostaria muito que eles tivessem secretarias autorizadas por região ou nas principais cidades do país, facilitaria muito a vida e iria doer menos no bolso.

Mas tudo bem. Viajar a Bogotá não é ruim, minha reclamação é mesmo por ter que gastar um dinheiro que não tenho. Felizmente foi possível economizar ficando hospedada na casa de uma amiga. O que foi muito legal, pela oportunidade de poder revê-la. Também foi legal por conhecer um lado de Bogotá que eu ainda não conhecia. É uma cidade enorme como a que eu morava, São Paulo, então o tamanho não me impressiona tanto, mas sim as tantas cidades possíveis dentro da metrópole, isso sempre me surpreende.

Além disso, tivemos a oportunidade de visitar uma pequena fazenda de plantação de batatas, que é de um amigo dessa amiga. Fomos em uma maratona para ajudar a colher e foi muito trabalhoso, mas muito divertido e interessante. Não sei vocês, mas eu não sabia como era plantar e colher batatas. OK, a gente sabe que é um tubérculo, que fica debaixo da terra, mas como é exatamente o processo não sabemos. Bem, eu não sabia. agora sei. É interessante uma experiência assim porque a gente começa a valorizar mais o alimento. A vida corrida na cidade é isso: vamos ao supermercado e encontramos tudo lavado, arrumadinho, em bandejas, às vezes até descascado e picado. Não pensamos sobre de onde vem a comida, ela está ali, o dinheiro compra, levamos para a casa e comemos. Mas como são cultivadas, em que condições, quem são as pessoas que trabalham nisso, quanto elas ganham, qual a quantidade e as condições de trabalho… Ignoramos tudo isso e não deveríamos porque são coisas muito importantes. Conhecendo isso passamos a valorizar o alimento e as pessoas que trabalharam nesse processo.

Foram poucos dias em Bogotá e, quando voltei, ainda dentro do avião no momento em que ele aterrissava em Cartagena, tive um sentimento que ainda não tinha tido, mesmo morando aqui há dois anos: o de estar chegando em casa. Sei que parece estranho falar isso, mas acho que, apesar de gostar de Cartagena e da Colômbia, até agora o meu subconsciente me dizia que estar aqui é algo temporário e, portanto, não se trata da minha casa. Esse sentimento de chegar em casa eu tenho todas as vezes que vou pra São Paulo, por exemplo. Mas por alguma razão tive essa sensação boa que a gente tem depois que viaja, de chegar não apenas em qualquer casa, mas no nosso lar. Sei que a partir de agora esse sentimento estará dividido, tenho duas casas, uma no Brasil e outra na Colômbia.

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Por falar em casa, o lugar onde estou morando é muito legal. A casa em si não tem nada de mais, é um apartamento bem pequenininho. Mas é um lugar bem tranquilo. Do lado tem uma pracinha e ali tem uma árvore gigante. Nessa árvore gigante moram cinco iguanas. Pode até ser que tenha mais, mas até agora só contei cinco. Tentei tirar fotos delas algumas vezes, olha:

iguana
iguana 2

Tenho medo de algum dia elas entrarem aqui em casa. Não tanto por medo delas, mas porque não saberia o que fazer. Como tirar um animal desse da sua sala? Será que existe algum tutorial na internet sobre isso? Mas acho que elas estão muito tranquilas ali na árvore e desconfio que não vão aparecer por aqui, a não ser que seja um acidente.

Por causa das árvores e da praça aqui tem um monte de pássaros também. Outro dia vi um louro na árvore e fiquei pensando se ele não tem medo das iguanas. Tem um grupo de louros que ficam voando por aqui, mas ainda não consegui fotografar nenhum. Só consegui tirar foto desses passarinhos que em certa manhã estavam fazendo uma exibição para mim:

pássaro
DSC06351

Outro animal vizinho meu é um cachorrinho que vive no apartamento de cima. Ele é uma fofura. A família dele passa o dia todo fora e ele fica por aí, procurando comida e carinho. No começo ficava só no portão da casa, esperando que eu falasse com ele. Via que ele entrava no apartamento da frente, então achei que não tinha problema deixar ele entrar aqui de vez em quando também. Depois da primeira vez que abri o portão, agora ele entra aqui quando bem entende. Eu deixo, porque amo cachorros e porque fico com muita dó de ele passar o dia todo sozinho. Ele me lembra um pouquinho a Baleia, por causa da aparência, mas a Baleia é muito maior que ele. Enfim, tem dias que ele passa a tarde inteira aqui, a gente se faz companhia. Demorei para descobrir o nome dele, que é Black. Mas eu chamo ele de Curioso, ou Tchururuco, porque foi como comecei a chamar ele antes de saber seu nome. Já expliquei pra ele que aqui nessa casa ele tem outro nome, mas acho que para ele não faz muita diferença a maneira como é chamado.

Tchururuco
Tchururuco 2

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Comecei a ler o livro Hóspede por uma noite, do Sch. I. Agnon. Na verdade, já era para ter terminado há muito tempo, mas está difícil, minha gente. Primeiro porque, como falei, meu tempo nos últimos dias estava sendo quase totalmente consumido pelo trabalho. Não deixei de ler, mas lia somente dois ou três capítulos por dia, são capítulos pequenos. Segundo, porque o livro é grande mesmo, não que isso seja um problema, mas lendo tão pouquinho por dia, obviamente não dá pra chegar rápido no final. Terceiro, porque o livro está meio cansativo. A história é muito interessante e estou gostando, quando acabar de ler talvez comente aqui sobre ele, mas a leitura é um pouco cansativa. Sabe quando a gente está conversando e aquele assunto nos faz lembrar de outro e, por isso, mudamos de tema até que lembramos que estávamos falando sobre outra coisa e voltamos naquele primeiro assunto? Pois é, o autor faz muito isso durante o livro, mas muito mesmo. É claro que essas digressões têm um porquê de estarem ali, mas pelo fato de serem muitas fica meio cansativo, sei lá. Finalmente estou quase acabando o livro, agora que estou um pouquinho mais livre vou ler mais por dia e acho que mais uma semana é suficiente para acabar. Posso ser honesta? Não vejo a hora de acabar esse livro.

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Estou acompanhando os jogos olímpicos, mas não com tanta atenção. Torcendo pelo Brasil em todas as modalidades. Também torcendo pela Colômbia (só não torci por ela quando foi o jogo de futebol masculino entre Brasil e Colômbia). Apesar de todas as críticas à organização dos jogos, a questão política envolvida nisso tudo, continuo torcendo pelo Brasil e acompanhando, por causa dos atletas. Fico imaginando o tamanho do esforço deles para chegarem até ali e eles não têm nada a ver com o que os políticos fazem por trás desse evento. Fico muito contente com todas as vitórias.

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Enfim, já falei demais, né? Até mais ler!

5 comentários em “Batatas, livros, animais

    1. Oi, Camila!
      Ai, voltar ao Brasil e voltar à Colômbia é sempre uma mistura de sensações… você vai ver quando voltar. rs.

      Ah! Essas iguanas são muito tranquilas. Eu também tinha medo até ver que elas não fazem nada da vida a não ser ficar aí filosofando em cima da árvore, rs… mas eu realmente não saberia o que fazer com uma delas invadindo minha casa!

      Sempre bom te “ver” por aqui. Um beijo!

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    1. Obrigada, Luis!
      E concordo com você, nosso lugar pertence à nossa missão, por isso temos que aproveitar o tempo que temos em cada lugar ao invés de ficar imaginando onde poderíamos estar.
      Obrigada pelo comentário!
      Um abraço!

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